OBJETIVO: Os autores apresentam os resultados de reconstruções esofágicas com retalho microcirúrgico de jejuno obtidos no Instituto Nacional de Câncer entre dezembro de 1998 e março de 2001, ressaltando suas vantagens, desvantagens e suas complicações. MÉTODO: Foram estudados sete pacientes portadores de neoplasias avançadas de laringe, faringe ou da tireóide que foram submetidos no Instituto Nacional de Câncer (Rio de Janeiro-Brasil) à reconstrução esofágica cervical com interposição de retalho livre de jejuno após faringolaringectomia associada à esofagectomia cervical. Foram cinco homens e duas mulheres com uma média de idade de 54 anos (39-66). Três pacientes foram submetidos à reconstrução esofágica imediata e em quatro casos a reconstrução foi tardia, em média após 10,5 meses. RESULTADOS: Não existiram perdas do retalho ou mortes no período pós-operatório avaliado. Das complicações, a mais freqüente foi infecção de ferida operatória (57,1%). Fístulas salivares acometeram dois casos (28,5%) e necessitaram de tratamento cirúrgico. Outras complicações incluíram estenose (14,1%) e hipopafatireoidismo (28,5%). Não houve complicações abdominais. Quatro dos sete casos apresentaram recidiva da doença em um período médio de 16,6 meses. Cinco pacientes reconquistaram uma satisfatória capacidade de deglutição após o procedimento. CONCLUSÃO: A experiência apresentada sugere que o retalho livre de jejuno consiste em um procedimento seguro, com elevados índices de sucesso para reabilitação da via digestiva e com baixos índices de complicações se comparado a outros métodos.
OBJECTIVE: The present study describes the results at the Instituto Nacional de Câncer (Rio de Janeiro-BRAZIL) in reconstruction of cervical esophagus using jejunal interpositional flap. Advantages, disadvantages and possible complications are discussed. METHOD: Seven patients with Iocally advanced carcinoma of the Iarynx and thyroid underwent pharyngoesophageal reconstruction using free jejunal interpositional flap after pharyngolaryngectomy-esophagectomy from december/1 998 through march/2001 at Instituto Nacional de Cancer. There were five men and two women with mean age of 54,1 years old (39-66 years). Three patients underwent immediate esophageal reconstruction. In four cases, the reconstructions were performed under delayed basis (in mean, after 10,5 months). RESULTS: There were no flap failures or perioperative deaths. The most frequent complication was wound infection (57,1%). Salivary fistula occured in two cases (28,5%) and required secundary revision. Other complications were stenosis (14,1%) and hypoparathyroidism (28,5%).There were no abdominal complications. Four out of seven patients presented recurrent disease in a mean time of 8,5 months (3-13 months). Five patients (71%) acquired a satisfactory swallow function after surgery. CONCLUSION: The cases here presented, suggest that free jejunal flap is a safe procedure with high success rates for high digestive tract reabilitation, with few complications.